Os Exercícios Espirituais consistem num roteiro, baseado na experiência de vida de santo Inácio de Loyola, para ajudar as pessoas a discernirem e acolherem a Vontade e íntima ação de Deus em suas vidas.

Neste curso, o pe. Fernando, padre português da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, fará uma introdução e acompanhar-nos-á nestes exercícios espirituais, para aproveitarmos ao máximo esta "quarentena", que pode ser uma forma de Nosso Senhor nos estimular a viver o renascimento espiritual deste tempo Pascal!

Poderá acompanhar as sessões ao vivo todos os Domingos, Terças e Quintas-feiras, na página oficial da FSSP em Portugal: FSSP PT

Material necessário:



Aulas já disponíveis online (clique na imagem para aceder ao vídeo no Facebook):



























Para acompanhar as próximas sessões, clique aqui: FSSP PT - Exercícios espirituais


Bons Exercícios!



PS: Sobre a origem dos exercícios, vale a pena recordar o contexto que levou à conversão deste bravo cavaleiro. 

Gravemente ferido na batalha de Pamplona no dia 20 de Maio de 1521, o nobre Inácio de Loyola passou meses de "quarentena", entre a vida e a morte no castelo da sua família em Loyola. Sentindo-se aborrecido, pediu romances de cavalaria à sua cunhada... mas naquela casa só se encontrava a "Vida de Cristo" e a "Vida dos Santos". A contragosto lá começou a matar o tempo com essas leituras.

Deixemos falar Santo Inácio na sua Autobiografia ditada ao português Pe.Luís Gonçalves da Câmara:

«Lendo-os muitas vezes, algum tanto se ia afeiçoando ao que ali encontrava escrito. Mas, parando de os ler, algumas vezes ficava a pensar nas coisas que tinha lido, e outras vezes pensava nas coisas do mundo nas quais costumava pensar antes. E de muitas coisas vãs que se ofereciam, uma se apossara tanto do seu coração, que ficava logo embebido a pensar nela duas, três ou quatro horas sem se dar conta, imaginando o que havia de fazer em serviço de uma senhora, os meios que usaria para poder ir à terra onde ela estava, os motes e as palavras que lhe diria, os feitos de armas que faria ao seu serviço. E ficava tão envaidecido com isso, que não via como era impossível alcançá-lo, porque a senhora não era de vulgar nobreza: nem condessa nem duquesa, mas o seu estado era mais alto que qualquer destes.

Contudo, nosso Senhor o socorria, fazendo com que a estes pensamentos sucedessem outros que nasciam das coisas que lia. Porque, ao ler a vida de nosso Senhor e dos santos, parava a pensar, raciocinando consigo próprio: – E se eu fizesse aquilo que fez S. Francisco e aquilo que fez S. Domingos? – E assim discorria por muitas coisas que achava boas, propondo-se sempre a si mesmo coisas difíceis e importantes, e ao fazê-lo parecia-lhe encontrar em si facilidade de as levar a cabo.

Mas todo o seu discorrer era dizer a si próprio: – S. Domingos fez isto; também eu tenho que fazê-lo. S. Francisco fez isto; também eu tenho que fazê-lo –. Estes pensamentos duravam muito tempo, e depois de se intrometerem outras coisas, apareciam os do mundo mencionados antes, e também neles se detinha muito tempo. E esta sucessão de pensamentos tão diversos durou bastante tempo, detendo-se sempre no pensamento que voltava, quer fosse das façanhas mundanas que desejava fazer, quer outras coisas de Deus que se ofereciam à fantasia, até que sentindo-se cansado deixava tudo isso e ocupava-se doutras coisas.

Notava, ainda, esta diferença: quando pensava nas coisas do mundo, sentia um grande prazer; mas quando depois de cansado as deixava, sentia-se árido e descontente. E quando pensava ir a Jerusalém, descalço e comendo só ervas, e em fazer todos os mais rigores que via que os santos tinham feito, não só sentia consolação quando estava nesses pensamentos, mas também depois de os deixar, ficava contente e alegre. Mas não reparava nisso nem se detinha a ponderar esta diferença, até que uma vez se lhe abriram um pouco os olhos e começou a maravilhar-se desta diferença e a fazer reflexão sobre ela. Compreendeu então por experiência que de uns pensamentos ficava triste e de outros alegre, e pouco a pouco veio a conhecer a diversidade dos espíritos que se agitavam: um do demónio e o outro de Deus. Foi esta a primeira reflexão que fez nas coisas de Deus. E depois, quando fez os Exercícios, daqui começou a tomar luz para o que diz sobre a diversidade de espíritos».



(Imagem: CONVERSION ON THE SICK-BED
BY A. CHEVALIER TAYLOR, FROM THE VOTIVE CHAPEL AT WIMBLETON)


0 Comentários